A história de São Pedro nos Evangelhos


O chamado


Simão era considerado um bom pescador e, provavelmente, sua vida seguiria assim — passaria mais alguns anos pescando e cuidando de sua família até falecer. No entanto, não era esse o destino que Nosso Senhor tinha para ele. 

Enquanto pescava, às margens do mar da Galiléia, receberia um chamado que mudaria completamente sua vida. Jesus se aproxima de Simão e de seu irmão, André, que lançavam a rede ao mar e diz-lhes: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.”1

A pedra


Três anos seguindo Jesus foram suficientes para mudar a rota — e a história — e tornar São Pedro o líder dos apóstolos, o príncipe. Em Cesareia de Filipe, quando Jesus pergunta aos seus: “E vós, quem dizeis que eu sou?”, Pedro afirma: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo”. 

Nesse momento, Nosso Senhor lhe entrega as chaves do Reino dos céus: “Tudo o que ligares na terra será ligado nos céus e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.” São Pedro recebe o encargo de governar a Igreja, apascentar o rebanho de Nosso Senhor.

Jesus completa: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja.2 Desse modo, quando Jesus se dirige a Simão, Ele o chama metaforicamente de Kepha, que significava “rocha”, ou Pedro, em nosso idioma, e diz que sobre esta pedra edificará a sua Igreja.

Nosso Senhor não escolheu essa metáfora aleatoriamente, mas quis expressar um significado profundo, de modo que Simão passa a chamar-se mesmo Pedro.

Tu me amas?


Nosso Senhor confiava na entrega e no amor de Pedro e tinha uma grande missão reservada para ele: a de apascentar suas ovelhas. Em um diálogo, narrado no evangelho de São João 3, Jesus manifestou-se aos seus discípulos e, depois de comerem, perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?” Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus disse: “Apascenta os meus cordeiros”.

Nosso Senhor indaga-o por três vezes, a ponto de Pedro ficar triste, pois o Senhor perguntou três vezes se ele O amava. A grande questão é que o amor que Pedro tem a oferecer ao Senhor ainda não é total, não é completo, não é um amor a ponto de dar a vida por Cristo.

Por isso, quando o Senhor pergunta a Pedro se ele O ama, ele responde: “philia” Senhor, que em grego quer dizer um amor de amizade. Pedro não usa a palavra ágape, que é a expressão do amor fundado sobre a fé e por ela plasmado. Ou seja, a dimensão ágape no amor de Deus pelo homem é aquela que supera largamente o aspecto da gratuidade.4

Pedro vai experimentar essa dimensão do amor, vai amar totalmente a Nosso Senhor quando aceita seu martírio e se entrega em sacrifício por Jesus Crucificado.

A negação


Apesar de ouvir o chamado, Pedro ainda teme o martírio, ainda não é capaz de dar a vida por Nosso Senhor, por isso, O nega três vezes. Ao ser questionado por uma criada, se conhecia Jesus, Pedro nega dizendo: “Não O conheço, mulher”.

Pouco depois, ao ser questionado novamente por um homem, voltou a negar o Senhor. Cerca de uma hora mais tarde, um outro asseverou com insistência: “Com certeza este também estava com Ele; pois até é galileu”. Pedro respondeu: “Homem, não sei o que dizes”.

E, no mesmo instante, estando ele ainda a falar, cantou um galo. Voltando-Se, o Senhor fixou os olhos em Pedro; e Pedro recordou-se da palavra do Senhor, quando lhe disse: “Antes de o galo cantar, negar-Me-ás três vezes”.5 E, vindo para fora, chorou amargamente. 

A história de São Pedro depois da Ascensão do Senhor


Depois de ter exercido o episcopado em Antioquia, Pedro teria se tornado o primeiro Bispo de Roma. Os relatos apontam que, depois de ser solto da prisão em Jerusalém, milagrosamente, o apóstolo teria viajado até Roma, onde teria permanecido até ser expulso com os judeus e cristãos pelo imperador Cláudio. 

Nessa época, Pedro teria voltado a Jerusalém para participar do Concílio de Jerusalém. A Tradição da Igreja Católica Romana afirma que depois de passar por várias cidades, Pedro foi crucificado de cabeça para baixo, em Roma, durante o reinado de Nero. entre 64 e 67 d.C.

“São Pedro, o pescador de homens” é o livro principal do box de Abril da Minha Biblioteca Católica. 

Referências

  1. Mt 4,19[]
  2. Mt 16, 18[]
  3. Jo 21, 15-19[]
  4. https://www.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/encyclicals/documents/hf_ben-xvi_enc_20051225_deus-caritas-est.html.[]
  5. Lc 22, 54-62[]

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